“Relacionando a Identidade Cultural ao Caráter de um povo”

O tema é: será que a organização mental do som (música) provoca uma definição natural de gêneros diferentes podendo assim ir consolidando o desenvolvimento, o pensamento e por que não o caráter de um povo?

Pensamento Musical

Cecília Battaglia

instrumentos musicais

A maior parte da música sertaneja brasileira tradicional é escrita nos modos maior e menor (conhecidos também como escala maior e sua relativa menor). Este gênero musical recebeu influências europeias posteriores ao momento da colonização, quando a enfeitada e maravilhosa música barroca já estava em transição para o período clássico. Por tanto, vamos considerar a este gênero sertanejo contemporâneo como mais “recente” em relação aos gêneros de música nordestina brasileira como por exemplo, o forró pé de serra, que transmite outra realidade social e outras influencias.

A música medieval ainda soava na Europa na época do início da colônia e de um ponto de vista (unilateral, sem considerar outras influências como a indígena e a africana), toda esta música folclórica tem características herdadas da Idade Moderna europeia, período que surgiram as bases sociais e econômicas da sociedade atual. Seguindo este pensamento, podemos observar que o Centro-Oeste parece trazer na sua música já consolidado um pensamento socioeconômico europeu das bases mencionadas acima, com mais coisas em comum as relacionadas à herança musical portuguesa e espanhola da segunda fase do período da colonização do Brasil, quando os bandeirantes se adentraram em território brasileiro.

https://www.teclacenter.com.br/a/musike

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A música nordestina, não em tanto, também traz uma influência medieval mas marcada, e com o acréscimo de características culturais europeias das reminiscências da música que deixaram os franceses e holandeses no início da colonização. Os modos eclesiásticos da polifonia de Palestrina, e os cantares trovadorescos, ainda se podem sentir e ouvir, em toadas, as vezes esquecidas no Nordeste do período medieval de aquele tempo da história da música na Europa.

 


Essa distância que existe e ainda surpreende, pela falta de contato com a evolução do desenvolvimento comercial e industrial e dos acontecimentos mundiais as vezes, manteve um espaço maior entre aquela realidade cultural e a realidade atual fazendo do folclore nordestino uma fonte de sons ricos e muito variados; muitas vezes fora do contexto sonoro social aprovado pela maioria da sociedade moderna de hoje. As características destes modos fazem um perfil informal e rústico parecido ao tempo em que a Igreja Católica aliada aos Senhores Feudais oprimia aos camponeses. Em analogia se pode pensar nos donos de usinas e na exploração dos cortadores da cana no nordeste, por ex.

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O tema é que a organização mental do som (música) que se reflete em cada cultura pode provocar uma definição natural de gêneros diferentes podendo assim ir consolidando desenvolvimento, educação, pensamento e por que não o caráter de um povo. Não é casual e sim causal que o Brasil tenha características tão diferentes dependendo da região. No Norte e Nordeste, se encontram maiores exemplos de exploração e nas regiões mais industrializadas, como Sudeste, Sul e Centro-Oeste o coronelismo na aquele formato, talvez já tenha deixado de existir. Viver no sul é totalmente distinto que viver no Nordeste, e não é somente porque aqui faz calor e tem praia! O crescimento da qualidade de vida, as exigências do sul são significativamente diferenciadas, podendo concluir em que a expressão musical e cultural é sempre inspirada na experiência social onde se vive.

Agora, em 2020 a tecnologia possibilitou que o avanço nas comunicações facilite de certa forma a chegada de informações mais, sem uma boa intenção nada poderá ser bem moldado. Todo está sendo muito mais difícil e todo indica que as distancias irão a ficar ainda maiores. E preciso que politicas públicas em educação, uma gestão inteligente e qualidade em conhecimentos sejam prioridades para compensar e equilibrar tamanhas diferencias no Brasil sem por isso perder identidade cultural!

Trindade, GO – 2010 (Atualizado em 2020)

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Autor: Cecilia Battaglia

Cecilia Battaglia, cursando Mestrado em Arte Educação (IHAC/UFBA), e em Composición Músical y Nuevas Tecnologías (UNIR/ España), Licenciada em Musica, e Técnica em Musica/Piano, Especializada em Psicopedagogia e Arranjo Musical. Formada em Educação Musical e Bacharelado em Canto tem cursos de Composição Musical e Produção Musical (Berklee/EEUU), Monitor de Yoga e Eco-saúde (España), Metodologia Dalcroze e Willems, Técnica Alexander, Eutonia, Fisiologia da voz, Percepção Musical com M. del Carmen Aguilar (Bs.As./Argentina), e outros relacionados à pesquisa e prática músical, Terapias Alternativas e Neurociência (Argentina e Brasil). Cecilia Battaglia, studying a Master's Degree in Artistic Education (IHAC/UFBA), and in Musical Composition and New Technologies (UNIR/ Spain), Bachelor of Music, and Musical/Piano Technique, Specialized in Psychopedagogy and Musical Arrangements. With a degree in Music Education and a Degree in Singing, she has courses in Musical Composition and Musical Production (Berklee/USA), Yoga and Eco-Health Monitor (Spain), Dalcroze and Willems Methodology, Alexander Technique, Eutony, Physiology of the Voice, Musical Perception with M. del Carmen Aguilar (Bs.As./Argentina), and others related to musical research and practice, Alternative Therapies and Neurosciences (Argentina and Brazil). Cecilia Battaglia, cursando Maestría en Educación Artística (IHAC/UFBA), y en Composición Musical y Nuevas Tecnologías (UNIR/ España), Licenciada en Música, y Técnica Musical/Pianística, Especializada en Psicopedagogía y Arreglos Musicales. Licenciada en Educación Musical y Licenciada en Canto, cuenta con cursos de Composición Musical y Producción Musical (Berklee/EEUU), Monitor de Yoga y Eco-Salud (España), Metodología Dalcroze y Willems, Técnica Alexander, Eutonía, Fisiología de la Voz, Percepción Musical con M. del Carmen Aguilar (Bs.As./Argentina), y otros relacionados con la investigación y práctica musical, Terapias Alternativas y Neurociencias (Argentina y Brasil).

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