Um dos maiores pensadores gregos, cujos ensinamentos continuam a nos influenciar até hoje, foi Pitágoras, filósofo do século VI a.C. Conhecido em nossa civilização como pai da geometria, ele também foi a primeira pessoa no Ocidente a estabelecer a relação entre os intervalos musicais. No tempo de Pitágoras a música estava estreitamente ligada a todas as ciências e era tida como parte do plano universal, ou como a “alma do mundo” e é através de experiências com o som e o monocórdio que ele comprova o quarto ramo da matemática: a Música.
O experimento com o monocórdio registra o primeiro fato científico associado à matemática e à música que abrirá um longo caminho de discussões sobre a teoria musical tendo como característica principal, razões entre matemáticas e acústica musical. De acordo com os princípios de sua própria escola (A doutrina pitagórica sustenta que tudo é número e harmonia), Pitágoras buscou relações de comprimento que pudessem determinar intervalos sonoros. Na continuidade de sua experiência ele observou que pressionando um ponto situado a ¾ do comprimento da corda em relação a sua extremidade – o que equivale a reduzi-la a ¾ de seu tamanho original – e tocando a seguir, ouvia-se uma quarta acima do tom emitido pela corda inteira. Pressionando a 2/3 do tamanho original da corda, ouvia-se uma quinta acima e a ½ obtinha-se a oitava do som original. A partir desta experiência os intervalos mencionados passam a chamar-se de consonâncias pitagóricas. Se o comprimento original da corda for 12, então quando reduzimos para 9, ouve-se a quarta, para 8, a quinta e para 6, a oitava. Para esta ocasião esta descoberta mostrou-se bastante significativa, gerando uma duvida fundamental: A necessidade de equacionar e de solucionar o problema da consonância/dissonância.
“Aqui não entra ninguém que não este bem entendido nas matemáticas e na música”
Pitágoras.
Além de estas concepções físico-matemáticas, este fato inclui também fatores socioculturais porque cada escala era utilizada em princípio, com uma intenção específica de provocar um efeito particular sobre as pessoas, em diferentes momentos e estruturas sociais. Desde a antiguidade a organização do som em sequências escalas tem sido uma referencia interna ou externa para todas as sociedades e culturas.
Assim, o som atua como iniciador de um processo onde a música tem funcionado no transcurso da história não só como veículo de expressão cultural senão, também, como uma ferramenta de condução para o desenvolvimento do ser. Ela está na natureza interna e externa dos seres e encontra seu ponto final de novo no infinito para representar através dos sons sua própria essência. O som se propaga em ondas por meios materiais (que têm massa e elasticidade), como os sólidos, líquidos ou gasosos. Hoje a ciência que estuda este fenômeno é a Acústica .
Sabemos que os alicerces da sociedade ocidental estão fundamentados no que herdamos do enorme conhecimento sociocultural da Antiga Grécia. Os romanos na época, seus contemporâneos, se apropriam desta cultura aos poucos e vão ganhando território até dominar-los. Assim, poderia ter surgido, o que imagino como uma espécie de contracultura, mostrando uma certa decadência em relação a sensibilidade artística e filosófica da arte grega e aos poucos, na história em geral esta cultura foi entrando no esquecimento.
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