Experimentos instrumentais

EXPERIMENTO DE PERCEPÇÂO ETNOGRÁFICA – (2016) Esta suíte está desenvolvida a partir de um mapeamento intuitivo com bases na antropologia simbólica e na teoria das tópicas. Em principio apresento três peças experimentais.

“Abrindo portas”, “Entrada do Mestre”, “Parte da Lira”

ABRINDO PORTAS (2016)

A ritualística do Auto de Guerreiro de Alagoas tem o seu inicio frente a igreja. O toque de sinos introdutório á preparação do evento. As percussões e a melodia modal como introdução a um folclore que remete ao período da colonização do Brasil.

ENTRADA DO MESTRE (2016) – Como exemplo de simbologia inserida no planejamento da obra, a ideia do toque dos sinos remete ao Guerreiro tradicional que inicia a festividade, com o grupo ajoelhado na porta da Igreja, o que eles chamam de Abrição de Portas, para depois ir ao lugar que vão se apresentar. Existem vários tipos de toque de sino para cada comemoração, neste caso o toque festivo com a célula de colcheia pontuada com semicolcheia. A entrada do clarinete seguido das flautas quer transmitir uma certa ansiedade com a preparação do grupo a se apresentar. A rítmica vem representar junto com a melodia as nuances do Guerreiro. Polirritmias se entrelaçam em compassos simples e compostos. A voz é um instrumento importante que é analisado desde diversos ângulos: musical, técnico, social, estilístico e cultural. Na percepção do som do canto das mulheres se verifica dificuldade de afinação, possivelmente pelo esforço produzido ao cantar no compromisso de acompanhar ao mestre de guerreiro. O feche é com um dos temas mais conhecidos deste folguedo que é o: “Guerreiro cheguei agora, nossa senhora é nossa defesa…”

PARTE DA LIRA (2016) A análise musical da estrutura geral e das canções deste Auto do folclore, mostra composições nos modos: Lidio, Mixolidio, Dórico e Major Natural ou Jônico. No Lídio a predominância da 4ª aumentada; no mixolídio, o acorde de 7ªM que dependo do seu desenvolvimento vai para a sonoridade do blues e do jazz

AIRES DE BUENOS AIRES EN ABRIL (2006/2017/2020) Tango modo menor, com cromatismos que provocam, durante a peça o efeito da “mugre” característico no tango. A introdução é um contraponto de buzinas e sons gravados de transito na rua editados no Sound Plant e no Audacity. Os instrumentos MIDI editados à formato Wave no WorkStation Sonar.

NORDESTINO ECLÉTICO (instrumental – 1987): Experimento, sobre o acorde de 1ºgrau do modo Mixolídio com 7ªmenor,desenvolvendo um tema com foco na música do nordeste. É um forro instrumental construído sobre um acorde maior com sétima que busca esticar, do próprio acorde o máximo. Ele parece transmitir toda a alegria dessa gente, assim como também seu desespero.

A introdução do tema se tirou do mesmo acorde. O nome Nordestino eclético diz respeito a uma intenção transfolclórica, onde se encontram elementos do gênero musical forró, sem que seja necessariamente um forró tradicional. A instrumentação se pensou em função ao estilo: flauta, pífano, rabeca, queixada, pratos, triângulo, cocos e sanfona. A forma: A-B-B’, se repetindo integralmente até o final.

Deixe um comentário