SUITE “THE PLANETS” Compositor GUSTAV HOLST(1874 -1934)

Músico de ideias cosmopolitas, se inspirava também na filosofia hindu, conhecia de Astrologia e de Mitologia grega, e se afinava muito bem com as teorias do filósofo e músico grego Pitágoras e os conhecimentos sobre a Musica das Esferas.

As esferas celestiais fazem música para nós, os doze dançam sagrados com a gente, todas as coisas se juntam na dança! Vocês que dançam não, não sabem o que estamos sabendo. G. Holst

Entre 1914 e 1916 escreve a peça sinfônica Planets (Planetas), constituída em 7 movimentos, dos quais cada um corresponde a um planeta do sistema solar.

Música, sendo idêntica ao céu não é uma coisa de emoções momentâneas, ou até mesmo por hora. É uma condição da eternidade. Gustav Holst

Eu aprendi o que significa “clássico”. Significa algo que canta e dança através de pura alegria de existência. Gustav Holst

Escrita antes da I Guerra Mundial deu a ele reconhecimento internacional. A obra combina mitologia romana e astronomia, expressando o caráter particular de cada astro – através movimentos com andamentos, melodia e instrumentação contrastantes.

Esta é uma obra claramente representativa da música programática. A forma tradicional de apresentar esta suíte é na seguinte ordem: Marte, Vênus, Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Ele não escreveu para Plutão porque este planeta não foi descoberto até 1930 e Holst estava ocupado compondo a Suíte The Planets mais o menos vinte anos antes.

Music – fazendo como um meio de obter dinheiro é o inferno. G. Holst

Descrição dos movimentos da peça

A enormidade do universo revelada pela ciência não pode ser prontamente compreendida pelo cérebro humano, mas a música dos planetas permite que a mente adquira alguma compreensão da vastidão do espaço onde a compreensão racional falha . G. Holst

1º Movimento, Marte Mars (O mensageiro da Guerra)

Deus da guerra e guardião da agricultura, equivalente ao deus grego Ares.

Uma marcha composta em compasso quinário, a peça inicia com o tema principal nos fagotes acompanhada por um ostinato dos violinos golpeando as cordas com o arco (col legno battuto), cornes inglês, trompetes, trombones acompanham todo o movimento, agora em ondulações linhas melódicas cromáticas, de sons ligados em um tutti crescendo em intensidade dando a sensação de ação na batalha. Na orquestração, também se apresentam vários solos: um eufônio ou bombardino (instrumento pouco utilizado na orquestra) faz um solo que é respondido por trompetes, os fagotes dialogam com um fundo de todos os violinos em spontaneous spiccato. Após uma primeira explosão de intensidade sonora o tema é reiniciado pelos contrabaixos. Tímpanos e trombetas vão se apresentando em direção ao final junto com mais metais, e imediatamente madeiras e cordas interpretam o tema continuando e ralentando o crescendo para uma coda final em intensidade fortíssimo.

The Planets – I. Mars, the Bringer of War – Gustav Holst

2º Movimento, Vênus Venus (A mensageira da paz)

Deusa do amor e da beleza, equivalente a deusa grega Afrodite.

Este movimento é um verdadeiro quadro de beleza e refinamento que busca transmitir paz e delicadeza. Reflete um pouco da magia dos jardins da antiga Roma, suaves e femininos, em compensação com a violência e a força simbólica de Marte. Sopros e cordas em notas longas, sustentadas em uma tensão suave de temas curtos e repetitivos quase românticos. Uma ponte de quatro harpas e um dialogo entre flautas e violinos, corne inglês e violoncelos, clarinetes fagotes e uma delicada intervenção do piano. As harpas finalizam o movimento, em ostinato minimalista na região aguda.

The Planets – II. Venus, The Bringer of Peace – Gustav Holst

3º Movimento, Mercúrio Mercury (O mensageiro alado)

Deus do comércio e dos viajantes, equivalente ao deus grego Hermes.

Movimento rápido simbolizando ao mensageiro. Transmite leveza com a celesta para descrever as asas. Todo afinado no registro agudo, de sonoridades finas e elevadas, complementa esta ideia. A textura orquestral geral da peça é ágil e veloz com muitos glizandos.

The Planets – III. Mercury, the Winged Messenger – Gustav Holst

4º Movimento, Júpiter, (O portador da alegria)

Rei dos deuses e grande protetor de Roma. É ainda considerado o deus do céu, da chuva, da luz e do raio, equivalente ao deus grego Zeus. Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar.

O espírito desta música esta intimamente ligado com as características do planeta Júpiter. Estas são a diversidade e a grandiosidade. É uma dança com melodias profundas, tem pandeiro e melodias étnicas que resolvem em uma música majestosa quase um hino de liberdade e superação existencial. O movimento tem muitas facetas, é rico em criatividade e conhecimento, como a própria influência do planeta. Sabedoria e experiência parecem complementar-se no transcurso da música.

The Planets – IV. Jupiter, the Bringer of Jollity – Gustav Holst

5º Movimento, Saturno, (O portador da velhice)

Deus romano da geração, dissolução, abundância, riqueza, agricultura, tempo, renovação periódica e libertação. Equivale ao deus grego Cronos.

Profundo e lento esta movimento tem uma textura alicerçada em sons graves, serenos e profundos representados por contrabaixos, trompas e as madeiras da orquestra.

The Planets – V. Saturn, the Bringer of Old Age – Gustav Holst

6º Movimento, Uranus, (O mágico)

Parecido a Paul Dukas em “Aprendiz de Brujo” este movimento cria um espaço de concentração e mistério. Harmonia baseada em tríades, lembra a Strauss e a Malher.

The Planets – VI. Uranus, the Magician – Gustav Holst

7º Movimento, Netuno (O místico)

Misterioso… Harmonias celestiais e um coro ouvido à distância

The Planets – VII. Neptune, the Mystic – Gustav Holst

INTRUMENTOS MUSICAIS